Francisco Borges*
O Ensino a Distância (EaD) no pós-pandemia mostra um cenário de muitas oportunidades pela frente em todas as áreas educacionais. Seja para os alunos, que desejam seguir aprendendo de forma remota - ou híbrida -, seja para as escolas, que podem ofertar cada vez mais cursos e atividades online. Tudo vai depender de como a educação virtual vai se consolidar. No Brasil, ainda pairam dúvidas sobre sua efetividade, praticidade e experiência de ensino.
Pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do Itaú́ Social, da Fundação Lemann e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), indica que pais, responsáveis e estudantes acreditam que será necessário um reforço escolar para retomar os estudos de onde pararam. Cerca de 70% dos entrevistados, número bastante significativo, entende que essa revisão deve ser em todas as áreas de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular.
Isso demonstra que, após dois anos de afastamento das atividades escolares presenciais, a retomada às atividades vai exigir mais do que os cuidados de segurança epidemiológica, com maiores espaços entre as carteiras, itens de higiene como sabão, água corrente e álcool.
É muito importante que esta sinalização seja percebida e que os órgãos responsáveis, as secretarias estaduais de educação para o ensino médio, e as secretarias municipais de educação para as etapas iniciais como infantil e fundamental I e II, entendam os desafios que têm pela frente. Aliás, todos temos.
Certamente, após tanto tempo de isolamento e de afastamento das atividades tradicionais, as estratégias de ensino precisam ser mais eficientes, mais encantadoras e se valer do que foi aprendido e desenvolvido na pandemia. A tecnologia deve ser um dos pilares mais importantes para sustentar essas novas metodologias, assegurando que o desenvolvimento dos estudos ocorra durante a maior parte do dia, de maneira continuada e divertida. Mas é preciso garantir que o conhecimento seja assimilado.
Um conteúdo contextualizado, sempre associado à sua aplicação, às atividades mais lúdicas, mais atrativas e disponíveis para acesso remoto em qualquer momento do dia, deve dar a tônica deste apoio, deste processo de reforço, para assegurar maior amplitude de entendimento e de atendimento quanto a tempo, ou seja, em qualquer hora; e espaço, em qualquer lugar.
*Francisco Borges é mestre em Educação e consultor da Fundação FAT em Gestão e Políticas Públicas voltadas ao Ensino
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